sábado, 2 de junho de 2012

Dia 21 de Maio de 2012.


     Nossa, amanheceu e estou novamente em mais uma segunda feira... Potz grila. Que cansaço, estou todo dolorido, que fim de semana! Um fim de semana que nao sai da cabeça, um fim de semana feliz; o Autônomos ganhou todos os três jogos que disputou(o que é um tanto raro) e aconteceu uma festa de arromba na Casa Mafalda, estava lotada, estrumbando e nela estavam alguns convidados especiais; boa parte de meus novos amigos de CCJ, em um ambiente adverso ao que estamos acostumados a nos encontrar, num lugar que significa muito pra mim, foi uma loucura - é uma pena que eu não lembre muito do que aconteceu devido ao fluxo alcólico no decorrer da festa, mas isso já estava no roteiro e não me impediu de fazer as atividades do dia seguinte(domingo)... É, lembrei por que está tão dificil de execultar o "salto mortal" - é assim que eu chamo o pulo que eu dou todos dias da cama de cima da minha beliche até o chão - aterrizagem segura apesar da dor, o que nem sempre acontece. Bem... Estou pronto para o dia, destino: Vergueiro - Centro Cultural São Paulo.

     Após o trajeto até a Vergueiro pelo subterrâneo da métropole caótica, me deparo com Bruno logo na entrada do CCSP. Cigarro acendido, tragada vem tragada vai e chegam juntos o Daniel e Rodrigo. Nem lembro como tinha sido a última e única vez que tinha entrado no CCSP. Após passarmos confusamente em meio aos corredores de vidro do espaço, finalmente encontramos mais alguns dos outros companheiros de Tomie. Aos poucos o restante vai chegando e não demora muito para que a festa ocorrida sábado a noite na Mafalda se tornasse o assunto principal da galera; risadas e relatos ajudam a refrescar minha memoria e alguns relatos apenas constataram que o apagão da minha memória foi maior do que eu imaginava... Que merda! Que vergonha! Como pôde ter acontecido tanta coisa e eu não lembrar nada?! Maldita vodka.

     Com a chegada de quase todos os membros da nossa formação cultural nos unimos em uma roda ao ar livre, sol agradável, árvores e o chão; bancos são dispensados, mesmo denunciada as marcas de bombardeios aéreos das cagadas brancas dos pombos nós nao hesitamos em sentar e começarmos ali mesmo a nossa conversa daquele local escolhido para a visita. 
- Opá, aí não pode sentar.. 
Diz o segurança, nos alertando que estávamos sentados na faixa especial para orientar deficientes visuais. Ufa, é só isso, nada demais, que bom. Iniciamos o papo falando da visita da semana passada(se não estou enganado)no museu Lazar Segall, sobre o CCSP e como seria conduzida nossa visita. Trocamos ideias de nossas experiências que tivemos no CCSP; só tinha ido uma vez com a escola há muito tempo, porem tenho uma recordação muito apagada de como foi esse dia - que foi apagado com o tempo e não com a vodka do fim de semana hehe. Risadas entoam quando lembro que passava muitas vezes em frente do CCSP a caminho da casa da vovó e imaginava que aquilo fosse um estádio de futebol, não um centro cultural; nao falei mas meu irmão tem parcela de culpa nessa observação "futecentrista", ele viajava mais do que eu. Poxa vida, lembrei da minha vó... Pô, que lugar legal, bem entrelaçado com a cidade, um lugar possível de entrar e nem perceber do que se trata.

     Ai minha pernas! É hora de levantar do chão e formarmos outra roda com os educadores do CCSP, agora com cadeiras e teto. Ao contrário do que havia acontecido no Lasar Segall a conversa foi mais estimulante e houve interação dos presentes. Por se tratar de um espaço com algumas semelhanças ao CCJ tornou-se bem facil discutir algumas questões cotidianas como o "ponto fixo", o que fazer? Luciano do CCSP diz em explorar as zonas mortas do local(?), como fazer acontecer mudanças com um tempo de serviço já pre-determinado? E a sinalização do espaço com o entorno? Como melhorar essa comunicação? Quais sao os nossos limites como monitores? Somos educadores, mediadores..? O que é ser educador ou mediador em um centro cultural? E a política disso tudo? Como ela nos atinge? Esta ultima me desanima as vezes quando penso muito, o mercado é quem dita esta política, a terceirização de serviços públicos(não só na cultura) e bancos administrando diversos espaços da cultura são reflexos da dominação mercantilista  sob a política pública, isto dificulta e trava as articulações de transformações nesses espaços; mas claro, devemos sempre explorar nossos limites, creio que seja com insistência que descobrimos brechas para por em prática ações que desejamos, enfim... Esta questão é praticamente inesgotável... 
     Ufa, hora do almoço. Na hora certa, a fome já estava batendo e eu já estava dispersando da conversa. 

    Pegamos nosso rango e decidimos comer no terraço. Um vasto pedaço de grama em meio concreto, asfalto e aço acolhe agente, o sol permanece agradável e todos se sentam na grama para saborear o almoço - menos Mateus que tem medo do sol e apareceu somente depois de comer. Reflito com o Bruno, "pô, esse lugar aqui é muito louco, mesmo com o barulho dos carros e das obras na calçada né.." é incrível como qualquer pedaço verde em São Paulo se torna um espetáculo, deveria ser totalmente normal espaços como este... E ainda chamam urbanização de progresso. Na segunda metade do intervalo um dos monitores/educadores do CCSP(no qual esqueci o nome) sobe no terraço onde estávamos e puxa alguns assuntos referente a nossas "correrias", bem bacana essa aproximação. Depois o mesmo conduz a visita junto de uma companheira de trabalho, juntos deles todos nós percorremos pelos espaços do Centro Cultural São Paulo: A administração, um ambiente espaçoso e confortável com um enorme jardim; depois passamos pela biblioteca, é gigante, dezenas de estantes, palco com platéia, exposição... Ao entrar descemos por uma rampa em meio ensaio de alguma ópera, na qual aplaudimos enquanto caminhávamos - deve ser mesmo muito difícil cantar assim mas Ô COISA CHATA hehe. Fomos também a uma horta com alguns pezinhos de sei lá o quê que ficavam no enorme gramadão do terraço com visão pra 23 de maio, nos contaram das dificuldades que tem em manter a modesta horta, atividades que ocorrem no gramado, até sugestões de como desfrutar do espaço. Escolhemos ali para tirar uma foto e dali partimos para o subsolo, lá vimos uma quadra dos funcionários camuflada no meio do estacionamento, uma sala com um monte de coisas para os funcionários "fazerem arte", zoar, ou como o próprio monitor disse, "pirar" e a salas dos operários, a linha de produção do CCSP, máquinas que eu nunca tinha visto, prensas, papeis, flyers, cartazes e etc. No lixo uma papelada desperta a atenção e interesse de alguns de nós, um monte de papel diferente, detalhes, faixas simetricamente cortadas...Toda aquela bagulhada passa a dar ideia de criação e acaba ganhando vida para alguns, como a Mari, a Thamata, a Natame e sei lá mais quem... Legal.
    Bom, se me lembro da ordem dos fatos os monitores se despedem e encerram a companhia após sairmos da "fabriquinha", foram bem gente boa. 
    
    Em alguma sala do subsolo voltamos a nos formar em roda para conversarmos sobre a visita, pelas caras e conversas parece que agradou a todos apesar de alguns(como eu) esboçarem cansaço. Queria ter conhecido o mito do CCSP citado pela Angela, a "mulher tatu", lenda viva que mora lá em algum buraco misterioso... Sinistro. Gisele então começa a apresentação de sua "correria" e a historia de fatos que marcaram sua vida e influenciaram na formação de seu caráter, seus ideais e etc. Muito disso eu já conhecia das conversas na recepção em diversas tardes pacatas do CCJ, em que eu procurava um lugar fixo para ficar na ausência de ter o que fazer e ter aonde ir; foi legal ver a apresentação, a simplicidade com que foi feita, a frieza dela em se expressar frente a todos as suas particularidades e peculiaridades... Destaque para as fotos nao-digitais passada a todos de mãos em mãos, belas fotos. Uma camarada que admiro muito. É nóis, Gi. 
   Após os aplausos e perguntas para a Gisele, Daniel começa a ler o registro da visita de segunda feira passada no Lazar Seagall, discutimos mas sem muitas prolongações...Minha mente já está longe, que cansaço... Pelo jeito não só eu que estou nesse clima e então somos vencidos, passeio encerrado pela fadiga. Apresentação da Mari que iria ocorrer fica pra próxima segunda. Cansamos.. mas não o suficiente para evitar a galera de dá uma "botecadinha" final. Tchau CCSP, olá bar... 

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