Segunda-feira, 13 de agosto de 2012.
Quero antes de começar a falar sobre a segunda-feira
passada falar de algo que foi bem recorrente neste ano do programa jovem
monitor, as perdas. Logo quando entramos no CCJ já fomos informados de que a
Dolores, até aquele instante gestora do eixo biblioteca, estava de saída do CCJ
para ir trabalhar na coordenação das Bibliotecas das Fábricas de Cultura. Quem
ficou em seu lugar foi a Melina e a Andrea entrou para o cargo que a Melina
ocupava. Com apenas um dia de trabalho recebemos a notícia de que a Ingrid,
monitora da recepção da biblioteca, recebera uma bolsa de estudos na área de
áudio-visual e sem ao menos termos conhecido a garota ela já estava partindo.
Mas ela deu lugar para Ana que para mim é uma pessoa que tem uma potência muito
grande entre nós. Depois de algum tempo tivemos mais uma perda, que foi a saída
do Thauan que havia recebido uma oferta de emprego dentro de sua área,
assistência social. Foi uma perda triste para o grupo, sei que até hoje ele nos
faz falta. Mas tivemos a entrada da Carol no lugar do Thauan que hoje é uma
presença bem importante na equipe. Um pouco mais pra frente quem saiu foi o
Gerson, da equipe de produção, que também foi atrás de um emprego que tem a ver
com o que ele está estudando, foi ser educador na 30ª Bienal de São Paulo. Quem
entrou para completar a equipe foi o Fernando que também tem sido uma presença
bacana no grupo. Entre estas perdas teve também o Maurício, da equipe do
educativo do Tomie Ohtake, não me lembro exatamente quando foi, mas ele deu
lugar para o Felipe que tem nos acompanhado até então. E nossa perda mais
recente foi a do Daniel Coronel que na segunda-feira, 06/08, nos comunicou que
estava saindo para um estágio no Sesc Pompéia, mais uma pessoa que partiu. Em
seu lugar entrou a Pamela que ainda não conhecemos direito, mas que ela seja
bem vinda assim como todos os outros foram. Pra terminar esta história de
perdas eu adianto um pouco o que foi o dia 13 de agosto, já que mais uma pessoa
veio nos comunicar que estava de saída do CCJ. A Melina veio no período da
tarde nos dizer que estava indo para o setor de programação de bibliotecas da
secretaria municipal, disse que estava indo com bastante dor no coração, pois
gosta muito de nossa equipe e tem imenso carinho por todos nós. A Andrea ficará
em seu lugar de gestora e uma moça, que se me recordo bem chama Flávia, entrará
para o cargo da Andrea. Pronto, acho que agora sim o assunto acabou.
Vamos para a parte em que eu começo a falar sobre o
dia 13 de agosto. Só que antes de descrevê-lo vou dar uma expressão que me vem
à cabeça quando lembro do encontro, “forçar a barra”. Pra variar a galera estava atrasada, eu mesma
cheguei com uns 10 minutos de atraso e só tinha umas 3 ou 4 pessoas, fora as
educadoras. Aí ficamos aguardando um pouco e isso já era umas 10h30, mais ou
menos. O encontro começou mesmo devia ser umas 10h45, e começamos com a tal
meia hora de conversa que pra mim sempre funcionou muito mais pra galera da
biblioteca e da internet livre do que pra mim que trabalho com a recepção. O
dia foi apresentado e depois do papo, que eu não me recordo, falamos da
programação dos monitores. E aí começa a “forçação” de barra.
O bicho ta pegando,
A chapa esquenta,
O tempo passa, mas a evolução é lenta...
A Thamata chega e olha para Natame e depois dá uma
olhada pra todo mundo, pedindo autorização do verbo, durante a semana rolou um
papo de não fazer a programação e usar a grana pra fazer a fachada do CCJ e é
isso que a Thamata fala. TENSÃO. Angela, Jô e Mari pareceram não gostar da
ideia, mas tudo bem elas sempre dão um jeitinho. E aí começou um bafafá. Eu em particular não
tava muito por dentro da conversa, cheguei e o cronograma da nossa programação
já estava montado no flip-chart e depois veio este papo que eu consegui
acompanhar anteriormente e minimamente pelo facebook, acho que entendi meio
torto e não tava concordando com este lance da fachada, já que estão pagando mó
grana pra pintarem a fachada do CCJ, mas não tem nada a ver com por o nome e aí a
comunicação é sempre meio falha e fica cheia destes ruídos que nos atrapalham. Mas
o bafafá foi entre concordar, entre perguntar se dava pra fazer a fachada e
entre gastar a grana com coisas mais legais dentro da nossa programação. O
jeitinho logo foi arranjado.
“- Não, não precisamos abandonar a programação. Fica
mais potente se fizermos alguma atividade relacionada com a fachada, se
ritualizarmos o acontecimento é mais fácil da gente conseguir.”
E eu com uma pulga atrás da orelha falei: se for pra
ficar assim mascarando a coisa eu prefiro não fazer.
- Mascarando? Não, não é mascarar. É que fica mais
potente.
- Ok, tudo bem. Mas na fala parece que está
mascarado... Que tem que fazer aquilo ali pra poder acontecer isso aqui.
Enfim, o papo acabou meio assim no ar, com um silêncio destes do tipo que consentem. Pausa pro banheiro e pra um lanchinho. Eu levantei meio brava com esse papo da programação e da fachada, fiquei pensando que tava sendo forçado e do tipo comendo pelas beiradas, e eu não gosto disso. Mas tudo bem, passou. Na pausa a Mari, do Tomie, me perguntou porque é que eu havia sumido e eu respondi na maior sinceridade que eu estava/estou de saco cheio do Tomie, porque eu não to saindo do lugar e quando eu fico estacionada eu vou embora. E ela disse: - poxa Gi eu não quero te perder. Eu num riso de contentamento com o comentário disse que ela não iria me perder. E ela disse que sabia que não perderia meu corpo ali presente, mas que estava perdendo minha ação, meu pensar. Chegamos a falar da conversa sobre a programação. Perguntei se ela não achava que estava sendo meio forçado e ela me respondeu que não, que havia sido consensual e que todos haviam se animado com isso. Enfim...voltamos e a Jô iria ler seu registro.
Enfim, o papo acabou meio assim no ar, com um silêncio destes do tipo que consentem. Pausa pro banheiro e pra um lanchinho. Eu levantei meio brava com esse papo da programação e da fachada, fiquei pensando que tava sendo forçado e do tipo comendo pelas beiradas, e eu não gosto disso. Mas tudo bem, passou. Na pausa a Mari, do Tomie, me perguntou porque é que eu havia sumido e eu respondi na maior sinceridade que eu estava/estou de saco cheio do Tomie, porque eu não to saindo do lugar e quando eu fico estacionada eu vou embora. E ela disse: - poxa Gi eu não quero te perder. Eu num riso de contentamento com o comentário disse que ela não iria me perder. E ela disse que sabia que não perderia meu corpo ali presente, mas que estava perdendo minha ação, meu pensar. Chegamos a falar da conversa sobre a programação. Perguntei se ela não achava que estava sendo meio forçado e ela me respondeu que não, que havia sido consensual e que todos haviam se animado com isso. Enfim...voltamos e a Jô iria ler seu registro.
- Depois dessa conversa meu registro ficou até
obsoleto.
- Para de fugir, Jô.
Risadas sem graça.
Começou a leitura, eu não consigo me recordar
exatamente do que a Jô escreveu, mas sei que achei um registro tranqüilo com
alguns apontamentos sobre o que havia sido o encontro anterior e com gotículas
de poesia e Joana que escorriam ali naquele papel. Deu pra sacar como
aconteceram as coisas. Registro lido. SILÊNCIO. Olhares de mendicância suplicavam
uma esmolinha qualquer. Quem seria o primeiro a estender a língua e dar a
palavra que mataria a fome daqueles olhares pedintes?
-Uh.hum!
Risos.
- Já foi decretado aquele 1 minuto de silêncio após o registro.
Risos.
- Já foi decretado aquele 1 minuto de silêncio após o registro.
Pra mim estava tudo dito. E volta a “forçação de
barra.” Não havia esmola. Uma coisa ou outra foi comentada e fomos para o
próximo assunto.
- A Ericka não vai se apresentar hoje, ela já havia
justificado que por alguns problemas técnicos ela não se apresentaria. Quem
serão os próximos?
Joga a bola pra lá e joga pra cá. Ficou decido.
Natame e Allyson que irão se apresentar. Foi falado também sobre os artistas
escolhidos para cada um e ficou decido que será feito em duplas e algumas
pessoas receberão uma obra de determinado artista. Assunto
encerrado.
Fomos então discutir a programação, que na verdade não
foi discutido. Entrou mais uma coisa no cronograma, que era a fachada, e
fizemos subgrupos que na ideia era pra conversar e planejar as atividades
previstas. Entrou um ali, outro aqui, e outro lá e fechamos. Todos cansados, a
Ângela pergunta: O que a gente faz agora? E eu respondi, vamos almoçar. E ela
concordou. Hora do almoço.Barriga cheia. Bora voltar pro Tomie!
Voltamos, a Andrea e a Melina estavam por lá e
ficamos aguardando a chegada do Markito. Chegou. Recebemos a notícia da partida
da Melina. Depois o Markito pegou a fala e começou a conversa sobre os atrasos
no CCJ, eu não quero comentar muito sobre isso. Só me pareceu muito desonesto e
que ficaram coisas no ar e rolou outro silêncio que estava consentindo com o
assunto. O Markito falou também sobre o documentário que estão afim de fazer
sobre o programa jovem monitor, foi só apresentada a ideia. E depois se falou
muito sobre a oficina de pipas que não têm material para ser realizada e nem
grana para comprá-los. Melina, Andrea e o Markito foram embora. Tivemos uma
breve pausa depois da difícil conversa e voltamos com um vídeo em que o Bruno
Perê e o Luís, dois ex-monitores do CCJ, falavam sobre políticas públicas,
espaço público, com o que estavam trabalhando. Um vídeo interessante, mas
passado aleatoriamente que gerou mais uma “forçação de barra.”
- Temos três opções, falar sobre o vídeo, dividir os
grupos para conversar sobre a programação ou falar sobre a conversa de hoje, o
que faremos?
Nada a comentar. A Angela ficou com aquele nó na garganta, o grupo ficou com aquele tédio e cansaço e mais outro silêncio consentia com aquele dia que Angela, ao fim do encontro, denominou como um dia de ausência de potência.
Nada a comentar. A Angela ficou com aquele nó na garganta, o grupo ficou com aquele tédio e cansaço e mais outro silêncio consentia com aquele dia que Angela, ao fim do encontro, denominou como um dia de ausência de potência.
- Posso interromper? Não é querendo ser chata, mas eu
acho que a gente deveria ir embora e pronto, não tem mais o que ficar falando.
- É, tudo bem acabar antes.
- Ta bom.
- Tchau gente, até semana que vem.
Até o fim foi forçado a ser fim. E eu sai de lá com
um cisco no peito, desses que incomoda. E eis aqui meu registro vomitando ciscos
de angustia e descontentamento. E a barra foi forjada a fogo e forçada a ter a
forma que desejassem que ela tivesse. E o bicho pegou na garganta da Angela, a
chapa esquentou nos pés da roda do Tomie e o tempo passou na lentidão do
silêncio que só sabia consentir e até que veio o grito que pedia o tão desejado
fim. E assim ta bom, né?? Já era hora mesmo.
“Então deixa, deixa, deixa eu dizer o que penso dessa vida...preciso demais desabafar”
FIM.