quarta-feira, 7 de março de 2012

Registro V.I.D.A. - 27 de Fevereiro de 2012 - Luiz Augusto

Gostaria de lhe contar uma história...
Não sei quando ela começa... talvez no fim de semana que antecedeu o dia 27 de Janeiro, data que eu pretendo te contar. Ou talvez já venha de muito antes, desde o momento que eu queria fazer o registro. Bom, mas começa a partir de agora...
Recebo um beijo para poder acordar, o seu beijo Sra. Vida. Pois, sem ele não poderia acordar todos os dias. Levanto... Dou Bom Dia ao dia... Escovo os dentes... Café da manhã... Tirar a barba... Banho... Me trocar... Fone de ouvido... Pegar a lotação... Será que estou bem armado para poder enfrentar o dia? Ah! A quem eu quero enganar? Por mais armaduras que eu coloque o Tomie sempre irá me atingir...
Tomie no CCJ... Que calor infernal! Mais uma vez estou atrasado, mas fico feliz em saber que não sou o único. Ângela lê dois textos para abrir as nossas mentes – textos que infelizmente eu não consegui entender – e foi dada a largada. Gire, Tomie!
Algumas tremedeiras e gaguejos e começa o registro do Alisson. Um texto confuso ou um desabafo? Me fez refletir que nem mesmo as palavras escritas dão conta de expressar o que sentimos às vezes. O roteirista nos faz rodopiar em exemplos, histórias, desabafos e sutilezas, uma verdadeira confusão... fugas e mais fugas e o que fora escrito perde a importância. A ação começa, o corpo fala. E o rio de utopias deste registro como educação, política, taxa de natalidade, fascínio pelo o que é óbvio e como as coisas funcionam é onde estamos nadando agora. Sra. como eles falam! É bom, mas o silêncio também ensina.

Somos egoístas e temos que suprir o nosso objetivo pessoal!

O controle foi perdido. No caso o controle do projetor. Mudança de espaço, sala de projetos e veja só uma coincidência! Joana e sua trajetória pessoal, cheia de projetos. Que história a da Jô! Engraçado como o nosso passado afeta tanto as nossas escolhas no futuro.
Agora uma utopia minha: queria não ter que escolher às vezes. Porque temos que ter uma opinião sobre tudo?

– Quem disse que estamos aqui para acertar? Você se cobra demais!

Construção de uma sociedade possível, a catraca como limitador, o que o corpo sente, o corpo em risco (como o meu está agora!), Cidade Luz e o refletir sobre a senhora. Esse é o caminho da Jô que nos é mostrado.
De volta ao espaço Sarau, temos os nossos amigos produtores para participar do encontro com a palestrante Amanda – o lugar mediador, atrativo ou não? Falas sobre a leitura pessoal de cada um... E então saímos para desmembrar o coração do CCJ.
Senhora? Porque nenhum monitor quis apresentar a biblioteca?
Me mantenho afastado para não perder o momento do registro... HQTeca cheia e mais calor... grupos se formam... espaço múltiplo gerador de conflitos, onde nós monitores somos os mediadores... produtores e monitores não se fundem na multidão... linguagem acessível para identificar melhor o espaço... uma memória: monitores e produtores não foram apresentados formalmente... romper com a biblioteca para iniciados... vejo uma borboleta voando a nosso encontro... utopias... flexibilizar o empréstimo... Quantos perceberam o vôo da borboleta? Sinto a necessidade de ir atrás dela, mas não a encontro...
 Almoço. Um momento para descansar e pensar no registro sendo atacante, defensivo ou mediador.
De volta ao Sarau, com um atraso enorme será que este encontro foi planejado? sobra apenas uma produtora na roda e vamos para a sala de projetos e problemas técnicos nos fazem falar de experiências que tivemos durante a semana que se passou: o gibi roubado e o jornal deixado por acaso e intencionalmente na mesa são mencionados... Nos distraímos mais e estamos falando de filmes e que por um lado positivo – eu não nego – pode vir a rolar uma troca de experiências com os freqüentadores, mas nada do que já fazemos no nosso dia a dia.
Uma frase falada pela manhã: “se concentrar para não perder tempo!”... Vida qual é o seu sentido?

Se permita errar para descobrir!

A chuva desabava lá fora. E o vídeo das “Fiandeiras” começa e logo após o seu término nos vem um trava-língua.
– Vida, fale “bisbibliotecar na HQTeca!”
Mais conversa... e vamos bisbibliotecar na biblioteca e encontrar o que nos agrada ler... Reunidos no Sarau, somos divididos e iremos contar e ler nossas escolhas.
Trechos de texto são lidos, trechos com personalidades e bagagens diferentes, textos que viram histórias e histórias que viram um ponto de vista e quando todos estão reunidos, novamente caem numa discussão sobre revistas, política, imparcialidade, esquerda e direita... as conversas rolam...
Ângela e Joana voltam da reunião com os produtores... Senhora, porque a Ângela se manteve fora da roda?
E de volta ao centro, a experiência de ler para o outro é desfiada e tecida ao mesmo tempo o ler em voz alta, a curiosidade pelo o que o outro lê, o saber ouvir, o sentido em explicar do que ler, o nervosismo de ler para o outro, a propriedade de você ler o que conhece, o cuidado ao ler e a mediação maior: o boca a boca também foram discutidos... acredito que foi o ponto alto do dia! Precisamos de ação!
Para concluir a rotação – sensação de movimento que é o Tomie - voltamos para a sala de projetos.
A história e as fotos do Centro Cultural são mostradas pela palestrante-oficineira... dois textos de Eduardo Galeano são mostrados, discutidos e lidos. Fim, e pela primeira vez que eu conheço o encontro da formação termina antes das 5h.

– Por que você me chamou? Só para contar isso?

Eu te chamei para dizer que está doendo e para dizer que ando muito confuso,  que as palavras por escrito não dizem a totalidade do que sinto e mesmo as palavras faladas soam tão tolas que prefiro me calar. Acho que estou ficando louco! Acredito que agora estou em pé de igualdade com o Tomie! E que o perdoar os outros, como a si próprio... dois muros enormes... acho que agora posso dizer que a catraca girou.







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